Em Portugal, muito se cria, tudo se transforma. Naturalmente.
A Fileira Moda portuguesa é reconhecida pela sua capacidade de inovar e pela confiança que o seu património de saber-fazer inspira no mercado internacional. Composta por oito setores onde se destacam o vestuário, o calçado, a marroquinaria e a joalharia, reúne, no total, 14.657 empresas, na sua maioria PME de estrutura familiar, que empregam mais de 163 mil trabalhadores.
Em 2021, a Fileira Moda gerou um volume de negócios de mais de 9,6 mil milhões de euros, representando 9,4 por cento do total da Indústria Transformadora portuguesa.
Com uma forte aposta na Investigação e Desenvolvimento e no design, as empresas da Fileira disponibilizam uma oferta integrada. Orientadas para o cliente, investem na diferenciação, na customização, e em serviços mais flexíveis e de maior valor acrescentado. Através da implementação da indústria 4.0 e da digitalização dos procedimentos, têm conseguido gerar novos métodos de venda e de gestão, impulsionando a presença no e-commerce e em diversos marketplaces.
Os criadores portugueses têm apostado num estilo único, onde a criatividade assume um lugar de excelência provocando a irreverência no desenho e na forma. Esta ambição de criar novos conceitos, suportados numa contemporaneidade que procura no passado inspiração, tem recebido o entusiasmo e atenção internacional.
A moda portuguesa destaca-se pelas suas peças elegantes e ousadas procurando nos tecidos naturais, como o linho, a lã e o algodão, a matéria-prima de excelência, que as tornam sofisticadas e exclusivas, arriscando no design para a criação de peças únicas e intemporais.
Com a inovação digital, a moda em Portugal tem assumido grandes transformações, com empresas e criadores a adotarem a tecnologia para experimentarem novas formas de criar, promovendo uma originalidade criativa. Novas ferramentas como a impressão 3D, tingimento digital e tingimento a laser são uma tendência.
O futuro da moda em Portugal, promete ser irreverente, dinâmico, sustentável e acima de tudo diferenciador. Com a adoção de novas tecnologias e a criação de produtos cada vez mais únicos e sustentáveis, a moda em Portugal afirma-se cada vez mais no panorama internacional, reforçando a notoriedade pelo talento e a arte de saber-fazer.
A sustentabilidade e a responsabilidade social são as palavras de ordem nesta Fileira, que tem procurado e encontrado soluções para reduzir a pegada ecológica na produção, promovendo a utilização de novos materiais, métodos e processos produtivos mais amigos do ambiente.
É, por isso, que a moda sustentável é mais do que uma tendência em Portugal. É uma realidade que veio para ficar.
Made in Portugal é ainda sinónimo de qualidade e inovação, de sustentabilidade e tradição.
Fatores Diferenciadores da Fileira Moda
-
-
- Sustentabilidade
- Tradição e qualidade
- Inovação e design
- Customização
- Cultura de negócios internacional
- Oferta integrada
- Responsabilidade social, ética e ambiental
- Desenvolvimento de novos materiais recicláveis
-
Têxtil confecionado
Diferenciação | Sustentabilidade
O setor do vestuário e acessórios (têxtil confecionado) português vive em permanente reinvenção. Hábil a misturar o moderno com o tradicional, o clássico com o design mais arrojado, a tecnologia com a capacidade de resiliência, mas também a cuidar dos recursos naturais que o planeta disponibiliza.
É um setor que se diferencia pela criatividade e design dos seus produtos, e pela tecnologia, ao nível dos materiais, processos e funcionalidades. A aposta na marca e em coleções próprias tem vindo a aumentar e a ganhar reconhecimento internacional, a par da diversificação industrial e do investimento em têxteis técnicos e funcionais, em novas tecnologias e em produtos mais sofisticados. Revela flexibilidade e adaptabilidade, que permite trabalhar com séries pequenas com grande valor acrescentado e com muita inovação tecnológica.
Enquanto o forte compromisso ambiental se reflete na utilização de matérias-primas nobres e naturais e no recurso a métodos de produção sustentáveis, Portugal aposta na inovação sem perder os traços tradicionais que o identificam e diferenciam. Empresas centenárias, a maioria de gestão familiar, garantem a preservação da riqueza e singularidade das suas origens.
A adoção de práticas sustentáveis que suportam uma produção mais limpa e responsável é uma das prioridades do setor. A utilização de materiais ecológicos, como fibras recicladas, a redução de desperdícios, o investimento em programas de melhoria contínua para aumentar a eficiência energética e diminuir o consumo de água, optando pela exploração de fontes de energia renovável, que ajudam a reduzir a pegada de carbono dos produtos têxteis.
O respeito pelo trabalhador é um dos pilares das boas práticas que orientam o setor em Portugal; segurança e boas condições de trabalho são consideradas fundamentais e estão alinhadas com a estratégia de atuação das empresas. Práticas que, cada vez mais, garantem o futuro e a diferenciação no panorama internacional.
O setor têxtil confecionado tem evoluído na utilização de tecnologia nos seus processos, o que tem contribuído para que as empresas se mantenham competitivas no mercado internacional, com um ambiente cada vez mais exigente, onde a qualidade e a naturalidade são fundamentais.
Através da digitalização, a indústria tem conseguido aumentar a produtividade e a eficiência, como resultado de uma maior automatização de processos. Igualmente, a utilização de sistemas de produção automatizados tem permitido aumentar a capacidade de produção, reduzir erros e melhorar a qualidade do produto, além de permitir maior rapidez e precisão no seu desenvolvimento.
A digitalização também contribui para apoiar práticas de sustentabilidade, intervindo no controlo de consumos e monitorizando os processos para que se possa adequar necessidades e reduzir desperdícios.
Portugal procura com rigor minimizar o impacto ambiental e social, garantindo que as práticas de produção sejam sustentáveis e responsáveis, apostando em:
-
-
- uso de matérias-primas naturais
- redução de resíduos evitando o desperdício de material, diminuindo o consumo de recursos naturais e a quantidade de resíduos gerados, como os retalhos de tecidos
- economia circular incentivando o reaproveitamento de produtos pelo uso de tecidos reciclados e reutilização de materiais
- promoção de condições de trabalho justas
- comunicação transparente, permitindo que os consumidores possam fazer escolhas conscientes
-
Os números confirmam: esta é uma das mais importantes indústrias para a economia portuguesa, representando 41% do total da Fileira. Integra 8.308 empresas que empregam mais de 81.200 profissionais. Em 2022, a exportação ascendeu a 3,64 mil milhões de euros, sendo Espanha, França e Alemanha os principais destinos das vendas do setor ao exterior.
Calçado
Inovação | Tradição
Exportador por excelência, o setor do calçado português evoluiu com os tempos e lidera a mudança, tirando partido do melhor que a natureza tem para oferecer. Sendo hoje um setor dinâmico, que valoriza o passado e o tradicional, mas que se transformou numa indústria moderna voltada para o futuro, tem desenvolvido uma estratégia de constante promoção internacional e apostado na construção de uma imagem coletiva, reconhecida a nível mundial como símbolo de qualidade, design e inovação.
Distinta pelo design criativo e pela sofisticação, esta indústria investe em inovação e desenvolvimento, na melhoria dos seus processos produtivos tornando-os mais sustentáveis e ecológicos. O saber-fazer das empresas portuguesas garante a qualidade da oferta e conquista a confiança dos mercados internacionais.
A inovação no calçado é uma área em constante evolução, com muitas marcas e fabricantes procurando desenvolver novos materiais, tecnologias e designs que proporcionem maior conforto, desempenho e durabilidade, como solas com amortecimento de impacto, palmilhas anatômicas e materiais respiráveis. Aposta num design minimalista criando calçado elegante e simples que pode ser usado em diferentes ocasiões.
As empresas de calçado destacam-se pelo uso da tecnologia de impressão 3D, que permite a produção de calçado personalizado e com reduzidas margens de erro, pela utilização de matéria-prima sustentável como couro vegano, borracha reciclada, tecidos naturais e feitos a partir de garrafas de plástico reciclado.
Portugal tem tradição no setor do calçado, sendo reconhecido como um dos principais produtores de calçado de qualidade na Europa. A indústria tem ainda investido em inovação, desenvolvimento e sustentabilidade.
Principais fatores de competitividade do setor do calçado português:
-
-
- Design
- Marca
- Inovação
- Diferenciação
- Qualidade
- Crescente Notoriedade Internacional
- Diversificação de Mercados
- Responsabilidade Social e Ambiental
- Sustentabilidade e digitalização
-
O calçado português alcançou um volume de exportação 2.068 milhões de euros em 2022. Portugal exporta a maior parte da sua produção para um total de 174 países. França, Alemanha, Países Baixos são os seus principais mercados de exportação. O setor comporta mais de 2.400 empresas, responsáveis por mais de 40 mil postos de trabalho, concentrando-se nas regiões norte e centro.
Joalharia
Sofisticação | Customização
A joalharia portuguesa é um dos setores mais tradicionais do país. Mas também um dos mais criativos e inovadores. Mestres nas sublimes técnicas desta arte milenar, os artesãos e designers portugueses são reconhecidos pelo seu trabalho manual e atenção ao detalhe. Peças únicas, que fundem tradição com abordagens de design contemporâneas.
A joalharia portuguesa ganha destaque pela sua sofisticação e capacidade de customização e pela sua versatilidade e criatividade. A tradição artesanal dos ourives portugueses é a alma do moderno design joalheiro. Técnicas antigas são usadas para criar peças únicas e personalizadas, com detalhes que refletem a cultura portuguesa.
As peças de joalharia estão cada vez mais sustentáveis. Utilizando materiais reciclados e cristais orgânicos, os artistas criam peças que promovem uma consciência orientada para a preservação do meio ambiente. Apesar destes avanços, as joias portuguesas ainda mantêm a beleza e a sofisticação tradicionais. O uso de materiais naturais, como vidro e madeira, também é bastante comum. Com a combinação de materiais modernos e tradicionais, os designers portugueses criam joias únicas e duradouras para todos os gostos.
O setor foca-se também na sustentabilidade cultural. Artesãos e designers têm procurado formas de preservar a cultura portuguesa através da joalharia, designadamente através da reutilização de materiais antigos e da criação de peças que homenageiam a cultura portuguesa.
Os criadores mais jovens procuram desenvolver uma abordagem mais experimental e criativa em termos de design, materiais e técnicas de produção. Com uma consciência sustentável mais vincada exploram novas formas, materiais e técnicas de produção para criar peças exclusivas e expressivas. Procuram materiais não convencionais como plásticos, borrachas ou acrílicos, bem como técnicas avançadas de fabrico como impressão 3D e corte a laser. Muito orientados por temas orgânicos, os designs assumem formas geométricas arrojadas.
A joalharia mais tradicional preserva e ensina as técnicas mantendo a história viva, apostando na produção de peças exclusivas com metais preciosos; a joalharia mais moderna, logo mais irreverente, aposta mais no valor estético e na originalidade do que na riqueza ou valor dos materiais.
A sofisticação e customização são tidas como elementos fundamentais na diferenciação de fabrico, pois permite que o cliente tenha acesso a peças de joalharia únicas e elegantes que representam a sua personalidade e estilo.
Com exportações na ordem dos 459 milhões de euros em 2022, o setor abrange 1.070 empresas e mais de 3.200 trabalhadores. Com forte vocação exportadora, vende para 132 mercados, encontrando em Itália, Estados Unidos e Espanha os seus principais clientes.
Marroquinaria e curtumes
Tradição | Exclusividade | Sustentabilidade
Nas mãos dos artesãos portugueses, o couro ganha uma nova vida. Da arte e saber-fazer portugueses nascem peças únicas, exclusivas e intemporais, plenas de sofisticação. Malas, carteiras, bolsas, cintos são criados para durar e passar de geração em geração, tal como o saber que lhes deu origem. A indústria do couro transforma um produto natural e duradouro, combinando design, conforto e funcionalidade.
Ao longo da última década, o setor rejuvenesceu. Atraiu novos protagonistas, investiu no desenvolvimento e na produção de artigos de excelência pautados por uma maior consciência ambiental e apostou na marca própria.
Design, inovação, qualidade, diversificação das áreas de negócio, serviço, aposta numa Indústria mais verde, sustentabilidade e digitalização são as grandes tendências que marcam o setor.
Os curtumes, parte integrante da cadeia de trabalhar o couro, tem um papel fundamental na garantia de sustentabilidade do setor, pelo que se verifica uma forte aposta na reciclagem e a reaproveitamento da matéria-prima, a par da melhoria contínua dos processos de produção com tecnologia de ponta, contribuindo para uma economia circular.
O setor tem procurado novas técnicas de curtimento mais naturais, utilizando materiais orgânicos para curtir o couro, como a casca de árvore ou outras plantas, trabalhando a pele dos animais de forma ética e sustentável, em conformidade com as boas práticas de responsabilidade social.
O investimento em tecnologias limpas, que passam pela reciclagem de água e uso de fontes de energia renováveis como energia solar e eólica, é cada vez mais comum. Para garantir o cumprimento das regras ambientais, as empresas apostam na certificação. Todas estas preocupações ajudam a garantir a sustentabilidade da produção de couro, contribuindo para um futuro mais verde na indústria da moda, fatores de diferenciação que consolidam o setor nos mercados internacionais.
A combinação de sustentabilidade e tradição é uma das formas que este setor encontrou para proteger o meio ambiente e a cultura, mantendo a exclusividade dos produtos.
O setor é atualmente constituído por mais de 350 empresas que geram 5.100 postos de trabalho, proporcionando um volume de exportações próximo dos 400 milhões de euros. Os principais mercados de exportação são Espanha, França, Itália e Turquia.
A Fileira em números
A Fileira Moda representa cerca de 22% das empresas da indústria transformadora portuguesa.
Os setores com mais peso no total da Fileira são:
-
-
- Vestuário e seus Acessórios – 41%
- Têxteis não confecionados – 29%
- Calçado e Componentes – 23%
- Volume de negócios: 9,6 MM€ (2021)
- Exportações: 7.687 M€ (2022)
- Nº de empresas: 14.657
- Nº de colaboradores: 163.562
- Peso nas exportações nacionais: 10%
- Total de mercados: 207
- Principais mercados: Espanha, França e Alemanha representam cerca de 51% do volume total de exportação da Fileira
-
Fonte: Instituto Nacional de Estatística - INE